28 de dezembro de 2013

Livro: Capitães da Areia

Posso de imediato dizer que "Capitães da Areia" é o meu livro favorito entre os clássicos brasileiros. Primeiro porque Jorge Amado tem uma forma de escrever incrível, nos levando a realidade que as vezes ignoramos. Segundo, porque a forma que a história é descrita nos faz entrar no caos da Bahia e entender o que se passa na mente de uma criança abandonada. A leitura em si é rápida e maravilhosa, indico a todos. Então vem conhecer um pouco mais sobre essa obra.




Conhecidos como os Capitães da Areia, são mais ou menos 100 meninos, de 8 a 16 anos de idade, que vivem de furtos e golpes nas cidades da Bahia e moram num trapiche abandonado, que existe suas próprias regras, sem ninguém para deles cuidarem. Eram todos meninos, vivendo como adultos, buscando a liberdade nas ruas da Bahia. 

"Falavam naturalmente em mulher apesar do mais velho ter apenas dezesseis anos. Cedo conheciam os mistérios do sexo". Página 32.

Pedro Bala, é o chefe dos Capitães da Areia, era ele quem planejava os roubos. Professor, o que sabia ler, estava sempre ligado aos livros, roubados, que nunca eram vendidos. Sem pernas, por ser coxo de uma perna, sabia se meter na casa das pessoas, passando-se por tristonho por não ter família. Pirulito estava ligado a religião e toda a noite rezava pedindo perdão pelos furtos que cometia. Gato, o elegante da turma, estava ligado as prostitutas. Boa vida, o sossegado, estava feliz com pequeno furtos. João grande, o respeitado por sua coragem. Volta Seca, admira lampião e seu sonho era estar ao lado do mesmo. Querido de Deus, é o capoeirista do grupo.

 "Pirulito mirou o céu azul onde Deus devia estar e agradeceu num sorriso e pensou que Deus era realmente bom. E pensando em Deus pensou também nos Capitães da Areia."

Tudo o que a polícia mais queria, era poder encontrar os Capitães da Areia e os mandar ao reformatório, onde as crianças são torturadas. Padre José Pedro, era o único adulto que sabia onde os meninos moravam, mas nunca os denunciou, estava sempre ao lado dos meninos, nunca da lei. Embora não aceitasse os furtos, compreendia a necessidade do garotos e estava sempre falando de Deus para eles. Dora foi a única menina a entrar para a turma, tinha 13 anos, quando foi encontrada na rua por dois dos meninos e tornou-se  "mãe dos capitães. "


Focando nos meninos que moram nas ruas da Bahia, esse livro nos mostra como vivem os meninos em meio a miséria, caos e furtos na cidade. Deixando a infância de lado, agindo como adultos, mas que em pequenos detalhes conseguimos ver o lado criança que existe e a carência de afeto. A mais pura realidade, dos nossos dias, até hoje.


"O amor é sempre doce e bom, mesmo quando a morte está próxima".

  
Editora: Cia das Letras  
Edição de bolso
Número de páginas: 262
Autor: Jorge Amado
Classificação: ♥♥♥♥♥ (Excelente)
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