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9 de dezembro de 2013

Resenha: A seleção - Kiera Cass

A seleção - Kiera Cass
A seleção
Autora: Kiera Cassa
Editora: Seguinte 

Sinopse: Nem todas as garotas querem ser princesas. America Singer, por exemplo, tem uma vida perfeitamente razoável, e se pudesse mudar alguma coisa nela desejaria apenas ter um pouquinho mais de dinheiro e poder revelar seu namoro secreto com um garoto de uma casta inferior.
Um dia, America topa se inscrever na Seleção — uma competição nacional em que o príncipe escolherá sua futura esposa — só para agradar a mãe, achando que nunca será sorteada. Mas é claro que seu nome aparece entre o das Selecionadas, e depois disso sua vida nunca mais será a mesma...


Primeiramente tem muita gente comparando A seleção com Jogos Vorazes, sendo que os dois não seguem o mesmo gênero. Sim os dois são livros distópicos, apresentam um governo autoritário e dividido em castas ou distritos, porém Jogos Vorazes é repleto de ação, enquanto o romance fica em segundo plano. Já A seleção nos apresenta o triangulo amoroso composto por Aspen, Maxon e América.

A história se passa em um futuro distante, onde os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China e posteriormente Illéa, um pais dividido em castas, que vão de um a oito. A realeza pertence a casta um, enquanto aqueles que literalmente morrem de fome pertencem a casta oito. 

Illéa é governada por reis, por isso é realizada uma competição para decidir quem casará com o príncipe (e futuro rei), assim todas as moças de dezesseis a vinte anos, de todas as castas, podem se inscrever para A seleção, mas apenas 35 moças sorteadas terão a sorte de conquistar o coração do príncipe Maxon.

América Singer é uma artista da casta cinco, casta essa composta por cantores, músicos e pintores, todos estes não apresentam muitos recursos e precisam trabalhar bastante para sobreviver. Ela namora secretamente Aspen, que tem muito menos dinheiro que America, por pertencer a casta seis.

“Nossa casta era a terceira antes do fundo do poço. Éramos artistas. E os artistas e músicos clássicos estavam só três degraus acima da sujeira. Literalmente. Nosso dinheiro era curto, vivíamos na corda bamba e a nossa renda dependia muito da mudança de estações”

Enquanto milhões de meninas sonham com a vida na corte, América só pensa em um futuro simples com o cara que ama, até que ela recebe um convite para participar da seleção. De início América rejeita totalmente a idéia de se rainha, ela não se deixa levar pelo prestigio ou pelos vestidos que conseguiria caso se escrevesse e fosse sorteada, mas tudo muda após ela reconhecer que sua família precisa do dinheiro dado as participantes da competição e depois que seu namorado, inesperadamente, pede para que ela se inscreva. Assim América é sorteada, se torna uma das 35 participantes de a seleção e tem que se mudar para o palácio.

“Mas como é que eu tinha ido parar ali? Um mês antes, eu tinha uma porção de certezas na minha vida. Agora, o pouco que conhecia tinha ficado para trás. Casa nova, casta nova, vida nova. Tudo por conta de um pedaço de papel idiota e de uma foto. Quis sentar e chorar, lamentar todas as coisas que perdi”.

America conhece o príncipe logo em seu primeiro dia de estadia, após ter um ataque de pânico e fugir para o jardim, ela deixa claro que não quer se casar com o príncipe e chega a trata-lo mal, por isso chama a atenção de Maxon.

“America minha querida espero muito que encontre algo nesta jaula por que valha a pena lutar. Depois de tudo isso, não posso deixar de imaginar como seriam as coisas se você realmente se esforçasse”

Eu gostei muito desse livro, é uma narrativa bem tranqüila e romântica, seria bem mais clichê se América não estivesse tão relutante em se apaixonar pelo príncipe Maxon.
A personagem principal vai de um extremo a outro muito rápido, às vezes é muito corajosa, afinal tem que ter coragem para gritar com o príncipe e outras é muito insegura. America é uma personagem de caráter, ela é super sincera com príncipe, fala realmente o que pensa, sem se importar com o fato de que pode se expulsa da competição a qualquer instante.O que realmente me incomoda são as lamentações, ela come o que quer, veste vestidos luxuosos, se torna amiga do príncipe e continua murmurando, agradeço a autora por ter diminuído essa lamentação com o decorrer dos capítulos. Outro fato que me deixava com raiva de america é por ela resistir tanto ao príncipe, mesmo após reconhecer todas as suas qualidades.

“Maxon Schreave é a síntese de todas as coisas boas. Será um rei fenomenal. Ele deixa garotas que deveriam usar vestidos saírem por aí com calça jeans e não se zanga quando alguém que não o conhece o julga de uma maneira completamente errada “

Maxon é de longe o meu personagem predileto, ele faz tudo para conquistar America, mas por saber que essa conquista será difícil, não rejeita as outras participantes. Eu amei o fato da autora criar um personagem doce e bondoso, sem que ele tivesse pena de si mesmo. Ele sabe que tem ótimas condições de vida, mas não deixa de lutar para que seu povo também tenha. Ele gosta de America, mas não vai arriscar escolhe-la sabendo que ela não sente o mesmo por ele, apesar de ser muito paciente. Enfim, ele é realmente um príncipe.

Aspen não é um personagem tão elaborado, sabemos que ele é orgulhoso e que ama America, mas por gostar tanto de maxon não consegui achar muita graça nele. Não fiquei naquela indecisão sobre quem America tem que escolher, o que acaba me decepcionando um pouco.

Quem dificulta a vida de America no palácio é Celeste, de casta dois, ela faz de tudo para prejudica-la. Mas na verdade o vilão dessa história é a indecisão de America, o conflito é baseado totalmente nisso. Há questões políticas, como os ataques dos rebeldes e espero que essas questões sejam melhor desenvolvidas no segundo livro.



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