10 de junho de 2014

Livro: A menina que roubava livros


"Quando a morte conta uma história, é melhor você parar para ouvir"

A morte, por diversas vezes esteve presente nos mesmos lugares que a futura "roubadora de livros", ou Liesel - como preferir chamar. Uma dessas vezes, foi no dia em que sua mãe, comunista, levava ela e seu irmão mais novo, para a casa de uma família que cuidaria deles por algumas "mesadas". Mas, apenas Liesel chegou ao seu destino, pois a morte recolheu o irmão da garota, bem diante dos seus olhos, num trem, e quando se deu conta, só existia um menino de olhos vazios olhando para o chão. "Com um olho aberto, outro ainda no sonho, a roubadora de livros - também conhecida como Liesel Meminger - pôde ver, sem sombra de dúvida, que seu irmão caçula, Werner, estava caído de lado e morto". (Página 24) Tendo que interromper sua viagem, para o enterro de seu irmão, Liesel percebe um livro de capa preta cair na neve, era o livro do homem que o estava enterrando, chamado "O manuel do coveiro". O primeiro roubo. E mesmo sem saber que livro fosse, por não saber ler, pegou-o e partiu. 



Liesel, fora levada a casa de Rosa e Hans Hubermann (seus pais de criação). Rosa, tinha um jeito tanto quanto estranho de demonstrar amor, agredindo a garota com colher de pau e palavras, sempre que necessário. E Hans, era um acordeonista e pintor, apaixonado por cigarros e mais ainda em enrolar cigarros. Um homem invisível as pessoas, mas o porto seguro de Liesel por muitos dias. "Ao ver aqueles olhos, Liesel compreendeu que Hans Hubermann tinha muito valor". (Página 34). 



Além dos pais de criação, a garota tem forte laços de amizade com Rudy "que tal um beijo Saumensch?" que se torna seu braço direito- principalmente para seus roubos. Uma afinidade, diríamos, com a mulher do prefeito e sua enorme biblioteca, na qual a garota passava tardes lendo. E por Max, um Judeu que se esconde na casa dos Hubermann, fruto de uma promessa que Hans fez a tempos atrás. Todos esses personagens tem forte participações na vida de Liesel, que desde sempre teve que aprender a superar seus medos e limitações, sabendo o valor de uma grande amizade e o poder do mundo das palavras. "Odiei as palavras e as amei, e espero tê-las usado direito." (Página 459) Mas havia uma guerra na Alemanha Nazista e onde há guerra, há morte e é essa morte que conta a nossa história. 



É a segunda vez que leio esse livro e apenas na segunda lida estive madura para compreender e me impactar com toda essa história - com o lencinho em mãos. Não posso dizer que é uma história feliz, mas é uma história impactante, onde o mundo das palavras foi abrigo e a salvação de uma garota, que em meio a guerra, Nazistas, Judeus, violência, bombas e guerras, nos mostra o valor da amizade, do amor, a necessidade da superação, além de descrever a cronologia do tempo, como só ela conseguia descrever. 

Editora: Intrínseca
Número de páginas: 479

Autor: Markus Zusak

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